A Associação dos Amigos do Conservatório de Música da Madeira
A AACMM foi fundada a 25 de junho de 1993, tendo sido entre os fundadores o então Sr. Secretário Regional de Turismo e Cultura, João Carlos Abreu, a Sr.ª escultora Manuela Aranha, a então diretora da DRAC, e a dona Inês Clode, a então presidente da comissão instaladora do Conservatório. Foram fundadores também o Sr. Ian Fraser e o Dr. John Ranalow, o Sr. Rui Sá, o Dr. Johnny Bjelkaroy e o Prof. Pedro Zamora.
Um dos primeiros objetivos da Associação foi o de preencher a então existente lacuna na vida cultural da Região, proporcionando concertos com alguma regularidade. No entanto, desde o princípio, foi o outro, e não menos importante, objetivo da Associação, promover o gosto pela música e encorajar o interesse pelo estudo de música, apoiando jovens e talentosos estudantes de música.
O primeiro concerto da Associação da AACMM teve lugar no dia 19 de dezembro de 1993 no Cine Casino. Neste concerto participou também a Orquestra de Câmara da Madeira e por isso foi simbólica a participação da Orquestra Clássica da Madeira, através da Madeira Camerata, no concerto do 10.º Aniversário da AACMM e da própria Orquestra, no concerto do 20.º e do 25.º Aniversário.
O primeiro Diretor Artístico e Presidente da Direção foi o Prof. Pedro Zamora. A maioria dos elementos dos órgãos sociais foi empossada nos finais de 1997 e trabalha continuamente desde então. Em maio de 2006, a Associação foi declarada uma Instituição de Utilidade Pública, pelo Governo Regional.
A Associação continua a ter apoio pontual da Direção Regional da Cultura, tendo sido, em 2003, e de 2013 a 2018, assinado um Protocolo de desenvolvimento e cooperação em 2006 e 2012, um Contrato-Programa anual, e em 2019 um Contrato-Programa bianual de dinamização cultural com o Governo Regional, através da Direção Regional da Cultura, o que representa mais um sinal de confiança na excelência de programação e contribuição ao panorama cultural da RAM. Num outro sinal de confiança, em 2011 foram delegadas à Associação, pela DRC, a condução e acompanhamento do processo da restauração do piano de cauda Bechstein, propriedade da DRC, que foi completamente remodelado numa empresa especializada na Inglaterra.
A AACMM é uma organização voluntária e sem fins lucrativos e várias pessoas que atualmente exercem um cargo oficial na Associação participam ativamente na divulgação de concertos e outras atividades. É preciso salientar de que qualquer lucro obtido de atividades é destinado exclusivamente ao apoio de jovens músicos talentosos da Região. A organização de concertos com programação criteriosa serve tanto para ajudar desenvolver o gosto pela música erudita como para angariar os meios para ajuda financeira. Assim, a Região ganha por duas vezes: a população tem a oportunidade de ouvir uma série de concertos de boa qualidade e, assistindo a esses concertos, apoia os seus próprios filhos, na procura do enobrecimento espiritual e na formação de uma personalidade mais rica e sensível.
A Associação já organizou 298 concertos até à data. Uma parte importante da programação representa o nosso desejo de incentivar jovens músicos madeirenses naquele que é, frequentemente, primeira entrada “a sério” para o palco. De mesmo modo, proporcionamos a oportunidade a muitos músicos residentes, que vêm a confirmar a sua elevada qualidade nos agrupamentos e combinações da verdadeira música de câmara. Quanto à qualidade artística desses concertos, basta aqui referir apenas alguns nomes ilustres do panorama musical europeu e mundial que a Associação teve o privilégio de apresentar na Madeira durante a sua existência: os pianistas Peter Donohoe, Pascal Rogé, Sequeira Costa, Artur Pizarro, Dmytro Choni, Vitaly Samoshko, Leonel Morales Alonso, Victorino d’Almeida, Boris Petrushanski, Peter Katin, Martino Tirimo, Julian Jacobson, Vincenzo Balzani, Leonid Brumberg, Naum Shtarkman, Martina Filjak, Giovanni Umberto Battel, Philip Martin e Hugh Tinney; os violinistas Ilya Grubert, Grigori Zhislin, Zakhar Bron, Anatoli Melnkov, Alessandro Perpich e Kyrylo Stetsenko; os flautistas István Matuz, Zoltán Gyöngyössy, e Luís Meireles; as cantoras Marie McLaughlin e Chiara Isotton, o trompista Radovan Vlatković, o trombonista Kiril Ribarski, o tubista Sérgio Carolino, os guitarristas Alirio Diaz e Dejan Ivanović, o Trio de guitarras de Zagreb e o Trio de Acordeões de Sérvia.
Há que destacar o projeto de apresentação integral das sonatas para piano de Beethoven pelo pianista Artur Pizarro, que decorreu no âmbito da temporada 2004/2005, merecendo muita atenção da comunicação social e dos melómanos madeirenses e estrangeiros, o projeto de quatro concertos com algumas das mais conhecidas obras para piano de Mozart, interpretadas pelo pianista Martino Tirimo, em 2006, tendo sido os dois projetos organizados em colaboração com o CEPAM e o Departamento de Cultura da CMF, e o projeto de apresentação integral das sonatas para violino e piano de Beethoven, por João Pedro Cunha e António Rosado, integrado nas festas de fim do ano 2008. Há que referir que toda a temporada 2008 foi integrada nas comemorações dos 500 anos da cidade do Funchal. Entre setembro de 2010 e maio de 2011, decorreu o ciclo integral de obras para piano de Chopin em nove concertos, interpretado por Artur Pizarro. Em novembro de 2011 decorreu o Madeira Liszt Festival. Em setembro e outubro de 2014 decorreu a apresentação integral das sonatas para violoncelo e piano de Beethoven, por Luís Andrade e Robert Andres e em outubro e novembro de 2014 decorreu o Madeira Rachmaninov Festival. Todas estas iniciativas tiveram apoio da CMF, e do Grupo Porto Bay.
Em novembro de 2015 decorreu o primeiro Madeira PianoFest, com cinco concertos dedicados à música para dois pianos a oito mãos, enquanto a edição de 2016 teve cinco concertos para piano a quatro mãos e dois pianos. A terceira edição, em 2017, trouxe dois recitais a solo, um recital para piano a quatro mãos e dois para dois pianos. A quarta, em 2018, contou com três recitais, um recital para piano a quatro mãos e um para dois pianos. A quinta edição do PianoFest, em 2019, incluiu dois recitais, um concerto com concertos para piano, um para piano a quatro mães e uma para dois pianos.
A constante e intensa colaboração com o Conservatório foi reconhecida e formalizada pelo Protocolo de Colaboração, assinado em janeiro de 2006 entre a AACMM e a Secretaria Regional de Educação, no âmbito do qual a AACMM doou ao CEPAM uma coleção inédita de mais de 8.000 CDs, 2.000 LPs, centenas de VHSs, DVDs e vários leitores associados. Esta coleção originalmente pertencia a um dos sócios-fundadores da AACMM, Dr. John Ranalow, tendo ele sido homenageado pelo CEPAM com a nova designação da mediateca como “Mediateca memorial Dr. John V. A. Ranalow”. Em 2019, foi assinado um Protocolo de Colaboração diretamente com o Conservatório – Escola Profissional das Artes da Madeira.
A Associação, dentro das suas capacidades, está sempre disposta a ajudar aos jovens de, por exemplo, participar nos cursos de aperfeiçoamento no Continente e no Estrangeiro, comprar os instrumentos, ou mesmo continuar a sua educação fora da Região. Durante a última década, e apesar dos constrangimentos severos no financiamento das atividades culturais, foram atribuídos mais de €20.000 em bolsas e apoio. Tendo em conta que são bastante limitadas as fontes de apoio pontual a jovens músicos na Região e que às vezes o simples gesto de apoio significa muito para quem procura informação sobre outras realidades culturais, a Associação orgulha-se de, ao longo da década passada, ter apoiado alguns dos músicos mais talentosos que está Região jamais teve, tendo vários já acabado os seus estudos e, em vários casos, regressado à Região.
Os objetivos da Associação permanecerão: contribuição e participação ativa na promoção de um clima de colaboração e comunicação produtivas, entre as entidades culturais e a sociedade; valorização dos jovens músicos talentosos da Região; elevação contínua da vida cultural na Região; integração da cultura musical na sociedade. Por conseguinte, apoiando as atividades da Associação, quer assistindo aos concertos, quer doando, a sociedade madeirense contribuirá diretamente para o alargamento das oportunidades educativas dos seus filhos.